Mulheres quilombolas rumo à COP 30: autonomia, memória e protagonismo com a Diaspora.Black

Carol Oliver • 4 de agosto de 2025

Com protagonismo e representatividade: mulheres quilombolas se preparam para atuar na COP 30 com a Diaspora.Black

Em parceria com o Instituto BEI, a Diaspora.Black está desenvolvendo uma jornada transformadora ao lado de mulheres quilombolas da região de Belém, no Pará. Essas mulheres integram o Programa de Qualificação para a COP 30, e a proposta é criar espaços seguros, afetivos e formativos onde possam desenvolver suas potências, fortalecer a autoestima e planejar caminhos de futuro.

Como é a realidade dessas mulheres?

O estado do Pará abriga cerca de 135 mil pessoas quilombolas, sendo o quarto maior contingente do Brasil. No entanto, os desafios enfrentados por essas comunidades ainda são profundos: 94,6% das moradias quilombolas rurais não contam com acesso à água potável, rede de esgoto ou coleta de lixo. 

O analfabetismo entre adultos quilombolas atinge 19%, quase três vezes a média nacional. Entre as mulheres quilombolas, persistem grandes obstáculos para denunciar situações de violência, como a ausência de sinal de celular, falta de energia elétrica, isolamento geográfico e insegurança nas comunidades.

Diante desse cenário, marcado por adversidades históricas e estruturais, oferecer caminhos de orientação e acesso à informação é mais do que necessário: é um ato de resistência e transformação.

A vivência

A proposta contempla duas vivências principais. A primeira é a Jornada Projeto de Vida, composta por quatro encontros que abordam os temas sonhos, autoestima, mercado de trabalho e planejamento. Mais do que promover desenvolvimento profissional, essa jornada convida à reflexão sobre identidade, ancestralidade e possibilidades. Cada tema é conduzido com metodologias participativas, promovendo conexões por meio de histórias de vida, escuta ativa e práticas de fortalecimento coletivo.

A segunda vivência, Construindo uma Vida Livre de Violência, aprofunda os desafios enfrentados por mulheres negras e quilombolas diante da violência de gênero. Por meio de rodas de conversa, dinâmicas e debates, são trabalhadas estratégias para reconhecer, enfrentar e superar essas violências. O conteúdo é desenvolvido com foco no acolhimento, na valorização da oralidade e no fortalecimento de redes de apoio entre as participantes.

Todas as ações seguem os princípios dos Valores Civilizatórios Afro-Brasileiros, que colocam o afeto como base da aprendizagem e da transformação social. Essa abordagem garante maior engajamento e sentido prático às vivências, promovendo não apenas conhecimento, mas vínculos e autonomia.

Segundo Carlos Humberto, CEO e fundador da Diaspora.Black:

"Com muito orgulho, estamos colaborando para a inclusão de lideranças femininas quilombolas na agenda global da COP30, que será sediada em Belém em novembro de 2025. Com o nosso trabalho, estamos contribuindo para o desenvolvimento do Programa de Qualificação e Capacitação para a COP-30, promovendo estímulos e técnicas para que essas mulheres possam atuar na recepção e operação desse evento com representatividade e protagonismo.”

A atuação da Diaspora.Black junto às mulheres quilombolas reforça o compromisso com experiências afrocentradas que geram impacto, pertencimento e fortalecimento comunitário. A jornada rumo à COP 30 também é uma jornada de protagonismo, memória e resistência.
Por Carol Oliver 11 de agosto de 2025
No dia 18 de novembro de 2015, a capital do Brasil foi atravessada por um rio de força, ancestralidade e luta. Cinquenta mil mulheres negras de todas as regiões do país ocuparam as ruas de Brasília em um movimento histórico: a Marcha Nacional das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e Pelo Bem Viver. Em uma só voz, diferentes sotaques, tons de pele, formas de fé, corpos e histórias reivindicaram um novo pacto civilizatório, onde a justiça, a equidade e o cuidado com a vida estejam no centro. Mais do que protesto, foi um manifesto de existência e esperança. A marcha foi guiada por um princípio poderoso chamado Bem Viver. Concebido pela ativista e engenheira agrônoma Nilma Bentes, esse conceito convida a imaginar uma sociedade onde as múltiplas existências convivam com dignidade, respeito e liberdade. Essa proposta defende uma convivência em harmonia com a natureza e com a ancestralidade que sustenta as lutas negras. Foi mais do que um ato político. Foi uma experiência de afeto coletivo e espiritualidade negra, que segue reverberando nas lutas e construções de hoje. Dez anos após a primeira edição, a Marcha volta a Brasília como um marco de memória, mobilização e esperança coletiva. Para acolher essa vivência de forma estruturada, segura e com propósito, a Diaspora.Black vai lançar um roteiro exclusivo na plataforma. A experiência contará com: Acompanhamento por guias mulheres negras Roda de conversa, formação e atividades culturais Logística organizada para participantes de diferentes regiões Espaços de cuidado, conexão e espiritualidade Mais do que um roteiro, será uma jornada afetiva e política, conectada com o que há de mais potente nas caminhadas das mulheres negras. Acesse diaspora.black e acompanhe o lançamento. Porque marchar é também viajar com propósito.
Por Carol Oliver 23 de julho de 2025
No dia 25 de julho, celebramos o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A data foi criada em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, realizado na República Dominicana. Desde então, tornou-se um marco de visibilidade, reconhecimento e mobilização em torno das lutas, conquistas e potências das mulheres negras da região. Mais do que uma data comemorativa, esse é um momento de reflexão sobre desigualdades estruturais, apagamentos históricos e os desafios enfrentados por milhões de mulheres negras nos territórios que ocupam. Ao mesmo tempo, é um convite a celebrar suas lideranças, expressões culturais, saberes ancestrais e contribuições para a transformação das sociedades em que vivem. Na Diaspora.Black, reconhecemos que essas histórias não podem mais ser silenciadas ou marginalizadas. O turismo, quando guiado pela perspectiva afrocentrada, torna-se um instrumento de valorização dessas trajetórias. Por meio das experiências que oferecemos, buscamos visibilizar mulheres negras que são lideranças comunitárias, guardiãs da memória, empreendedoras culturais, artistas, guias e educadoras.
Por Carol Oliver 22 de julho de 2025
Por muito tempo, o turismo no Brasil ignorou as histórias, vozes e territórios negros. Mas hoje, cada vez mais, guias turísticos negros estão assumindo o protagonismo na condução de experiências que valorizam a ancestralidade, resgatam memórias e transformam o ato de viajar em um mergulho identitário e político. Esses profissionais não apenas apresentam paisagens e monumentos. Eles recontam a história a partir de outra perspectiva. Uma perspectiva que revela o que foi apagado, silenciado ou distorcido, e que honra os passos de quem resistiu e construiu as bases culturais do país. Na Diaspora.Black, temos orgulho de caminhar ao lado de guias que atuam em quilombos, centros históricos e territórios de resistência em todo o Brasil. São mulheres e homens negros que fazem do afroturismo uma ferramenta de empoderamento, educação e valorização da cultura afro-brasileira. A seguir, conheça a trajetória da Damiana Silva, da Florencios Tours & Travel, e descubra como sua experiência está ajudando a reescrever o turismo no país.
Por Carol Oliver 17 de julho de 2025
Viajar é uma forma de se conectar com o mundo. Quando essa conexão é guiada pela ancestralidade, ela ganha profundidade, significado e senso de pertencimento. O afroturismo é uma oportunidade de enxergar o território brasileiro pelas lentes da população negra, celebrando memórias, tradições e histórias de resistência que moldaram o país. Na Diaspora.Black, você encontra experiências pensadas para fortalecer essa reconexão com a cultura negra. Nossa plataforma reúne roteiros em diferentes regiões do Brasil, conduzidos por guias especializados e comprometidos com o resgate e a valorização de territórios quilombolas, terreiros, blocos afro, rodas de samba, culinária ancestral e muito mais. Se você está planejando uma viagem afrocentrada, confira as dicas que preparamos para te ajudar a construir um roteiro com propósito.
Por Carol Oliver 3 de julho de 2025
No Brasil, o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, celebrado em 3 de julho, marca uma importante mobilização por igualdade, reparação histórica e valorização da memória da população negra. Essa data é um convite à reflexão sobre os caminhos para uma sociedade mais justa, diversa e antirracista. O turismo afrocentrado tem se mostrado uma dessas ferramentas de transformação. Ao revisitar territórios marcados pela história da população negra, o afroturismo promove o reconhecimento de trajetórias que foram silenciadas e, ao mesmo tempo, fortalece a autoestima coletiva. Cada roteiro se torna uma oportunidade de reconexão com as raízes africanas, com os saberes ancestrais e com as contribuições negras que moldaram o Brasil em diversas áreas, como a religiosidade, a arte, a culinária e a arquitetura. Mais do que destinos, o turismo afrocentrado oferece experiências. Ele convida a caminhar por lugares como o Pelourinho, o Bairro da Liberdade ou Madureira , não como simples visitantes, mas como herdeiros de histórias vivas. Em cada trajeto, resgatamos memórias de resistência, celebração e pertencimento. Como destaca Carlos Humberto, CEO da Diaspora.Black: “O turismo é uma das formas mais extraordinárias de promover o conhecimento de lugares, pessoas, histórias, narrativas, e esse conhecimento parte da ideia da pessoa experimentar os lugares e esses lugares nunca mais saírem dela. E essa ferramenta é uma ferramenta poderosa de combate ao racismo. É uma ferramenta poderosa para transformar olhares e pessoas e trazer inspirações de superação de vida e da luta contra o racismo.” É nesse reencontro com a ancestralidade que nasce a potência transformadora. Ao reconhecer e valorizar a cultura negra, o afroturismo contribui para o enfrentamento do racismo estrutural e abre espaço para o protagonismo de comunidades negras em todo o país. Em um contexto em que vozes negras ainda são muitas vezes silenciadas, escolher viajar com propósito se torna também um gesto político. É afirmar que a história do Brasil é profundamente negra e merece ser celebrada com respeito, orgulho e visibilidade. Quer viver essa experiência e fortalecer essa luta com a gente? Acesse diaspora.black e conheça roteiros que celebram a negritude, a ancestralidade e a potência do nosso povo.
Por Carol Oliver 30 de junho de 2025
A presença do SCORE (Solidarity Council on Racial Equity) da Fundação Kellogg no Brasil foi muito mais do que uma visita institucional. Foi um marco estratégico para a luta por justiça racial, tanto no Brasil quanto no cenário global. A Diaspora.Black teve a honra de ser parceira dessas jornadas, que aconteceram em Salvador e São Paulo entre abril e maio, com uma programação potente reunindo importantes lideranças negras nacionais, organizações sociais, comunidades tradicionais e iniciativas comprometidas com a reparação histórica e a construção de novos futuros. Confira o que aconteceu em cada cidade! A presença do SCORE (Solidarity Council on Racial Equity) da Fundação Kellogg no Brasil foi muito mais do que uma visita institucional. Foi um marco estratégico para a luta por justiça racial, tanto no Brasil quanto no cenário global. A Diaspora.Black teve a honra de ser parceira dessas jornadas, que aconteceram em Salvador e São Paulo entre abril e maio, com uma programação potente reunindo importantes lideranças negras nacionais, organizações sociais, comunidades tradicionais e iniciativas comprometidas com a reparação histórica e a construção de novos futuros. Confira o que aconteceu em cada cidade!
Por Carol Oliver 30 de junho de 2025
Descubra 3 experiências imperdíveis de Afroturismo na Bahia com a Diaspora.Black: cultura negra, terreiros de Candomblé e sabores ancestrais.
Por Carol Oliver 30 de junho de 2025
Madureira é o novo destino afro do Rio! Cultura, economia local e experiências com propósito te esperam. Reserve com a Diaspora.Black.
Por Carol Oliver 30 de junho de 2025
Descubra roteiros de afroturismo em São Paulo com a Diaspora.Black: caminhadas históricas, cultura afro e vivência em quilombo. Reserve já!
4 de dezembro de 2024
O projeto Ocyan nas Escolas , realizado pela Diaspora.Black em parceria com a SEEDUC (Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro) e a empresa Ocyan , trouxe uma abordagem inovadora para promover a transformação das comunidades escolares. Finalizado em novembro de 2024, a iniciativa impactou 13 escolas, sendo 3 na zona portuária do Rio de Janeiro e 10 na região de Macaé, levando educação antirracista, cultura de paz e prevenção de conflitos para o cotidiano escolar. Um Chamado à Transformação Em tempos de desafios sociais e educacionais, o projeto Ocyan nas Escolas reafirma a importância de ações estruturadas e conscientes para transformar os espaços escolares. A essência do projeto reflete a força de uma educação que reconhece a ancestralidade, valoriza a diversidade e busca construir uma convivência baseada no respeito mútuo e na empatia. Os objetivos do projeto foram claros: Educação Antirracista: Incorporar práticas pedagógicas que combatem o racismo e fomentam a igualdade. Prevenção de Conflitos: Implementar diagnósticos como o Mapa de Calor, ferramenta estratégica para antecipar e mitigar conflitos. Promoção de uma Cultura de Paz: Transformar a escola em um espaço de convivência harmônica, engajando toda a comunidade escolar. Metodologia: Valores Afro-civilizatórios A base do projeto foi a metodologia dos Valores Afro-civilizatórios , desenvolvida a partir dos conceitos da Dra. Azoilda Loretto da Trindade , uma referência em práticas pedagógicas antirracistas. Essa abordagem promove reflexões profundas e ações concretas, combinando atividades lúdicas e participativas que estimulam a empatia e o engajamento coletivo. Os Valores Afro-civilizatórios não são apenas uma pedagogia; são uma forma de resgatar a ancestralidade como um guia para enfrentar os desafios do presente. Ações Realizadas A implementação do projeto envolveu uma série de atividades presenciais e online, estruturadas para atender às demandas específicas de cada escola: Mapa de Calor: Diagnóstico detalhado que identificou áreas de risco de conflito, oferecendo uma base sólida para intervenções. Oficinas Temáticas: A Cultura de Paz na Escola Mediando Conflitos na Escola Do Preconceito ao Bullying: Como evitar? Oficina de Comunicação Não Violenta Curso de Mediação de Conflitos: Capacitação de educadores e gestores para o manejo adequado de conflitos e a construção de um ambiente escolar saudável. Apresentação Cultural: Uma celebração das raízes e da ancestralidade como elementos centrais para repensar a convivência escolar. Impactos do Projeto O Ocyan nas Escolas gerou resultados expressivos: Mais de 30 iniciativas de ação mapeadas, fortalecendo práticas antirracistas e pacificadoras. 276 pessoas impactadas diretamente, entre professores, estudantes, diretores, gestores e coordenadores pedagógicos, consolidando o engajamento da comunidade escolar. Um Legado para o Futuro O sucesso do Ocyan nas Escolas demonstra o poder transformador de uma educação que valoriza a diversidade e a ancestralidade. Mais do que um projeto, essa iniciativa se consolidou como um marco para o fortalecimento da cultura de paz e da convivência inclusiva. O impacto alcançado reflete a importância de investir em metodologias que não apenas enfrentam os desafios do presente, mas também pavimentam o caminho para uma sociedade mais equitativa e justa.